domingo, 28 de outubro de 2012


’Cristo morreu pelos nossos pecados, conforme As Escrituras’’. I Corintios 15:3
  Pode ser que estejamos tão acostumados com a história da morte de Jesus, que já nos soe natural. Mas de fato a morte de Jesus foi no mínimo algo hediondo. Paulo fala em ‘’loucura da cruz’’.
  Por que Jesus teria que morrer? Penso que esse fato comporta mais esclarecimento. Senão vejamos. É interessante que o texto fala dos nossos pecados e não o pecado de Adão. Pode ser que o ‘’nossos’’ inclua o pecado dele. Mas qual foi mesmo o pecado de Adão? Comer da árvore do conhecimento? A árvore foi posta como símbolo do livre arbítrio. Adão não fora consultado sobre se queria ou não existir. Assim que comer, poderia ser interpretado como resposta negativa. Sabemos que não comeu por iniciativa própria apenas, e foi por isso que não morreu de imediato, digamos. Levando em consideração que o ato não foi precedido de uma decisão, o Criador tolerou a transgressão. De fato perdoou. Daí para cá Ele continua perdoando. Por que, então, o homem morre? A morte não é um decreto da parte de Deus. É uma consequência de ruptura no relacionamento divino/humano. A vida é imanência de Deus. Se se interrompe a transmissão há morte. Como uma lâmpada que se cortado o fio condutor de energia, não brilha. Se restabelecermos a continuidade do fio a lâmpada volta a brilhar, mas se houver algum elemento isolante, a corrente elétrica é interceptada. Quando não completamente, há luz, porém fraca. Observa-se isso melhor em corrente continua, como é o caso de pilhas e baterias.
  A seguir à desobediência, o homem apresentou comportamento que não era dele, do que ele recebera de Deus. Fez acusação (“a mulher me deu, a serpente me deu”). Quem é o “acusador dos irmãos”? A verdade é que o homem contraiu traços de caráter de satanás. Como no caso da lâmpada, o perdão reconstituiu a comunicação, mas não perfeitamente. Havia zinabre no coto do fio ou no polo (humano) da bateria.
  Independente de a desobediência ser de responsabilidade exclusiva do homem ou não, Jesus morreu.
  Jesus morreu para expiar o pecado que o casal cometeu a seguir: acusação, e todos os pecados que se cometem contra a pessoa humana. Um ladrão invade uma casa rouba o que quer. Anos depois se converte. Deus perdoa, mas quem paga por seu pecado? Jesus; alguém mata, depois se arrepende. Quem paga os danos? Jesus. Caso típico é do ladrão na cruz. A salvação lhe fora garantida, mas quem assumiu o prejuízo que dera?  Para perdoar o transgressor, alguém tem de ressarcir o prejudicado. Deus perdoou Adão e perdoa todos que lhe ofendem, mas pecados cometidos contra terceiros, esses é que têm de perdoar. Deus não podia simplesmente cancelar. Jesus assume a dívida.
  Enquanto “o salário do pecado é a morte” há um paradoxo: Adão pecou e não morreu (pelo menos, não “no dia em que dela comeres”); Jesus não pecou e morreu.
  Por isto Jesus tinha que morrer.

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