E UM DIVISOR DE ÁGUAS
Num mundo que se divide nos que crêem
e nos que não crêem em Deus, só os primeiros têm, a partir da Bíblia uma
identidade de Deus. Para essas pessoas toda a qualidade que se atribui a Deus
deriva de 3 prerrogativas: onisciência, onipotência e onipresença.
Apesar dos outros não se espelharem na Bíblia, eles também
buscam em alguém ou em algo, essas virtudes, porque aquilo que faz Deus com
elas é desejável e, mesmo imprescindível.
Num balanço de grandes intelectuais, em nome de três se
reivindicam as grandes consecuções do universo e a elegermos um deles estamos
lhe creditando competência de quem tudo sabe, tudo pode e a tudo preenche.
A observação, mesmo
casual, do universo, há de nos remeter a um criador ou ao acaso como
responsável por tudo que se vê aí. E então demonstramos nossa intelectualidade
em arbitrar a quem creditar a sabedoria da criação.
Se determinarmos o
acaso como o arquiteto do universo, podemos lhe prover de ferramentas como
fenômenos climáticos, principalmente o tempo, se bem que as alterações do clima
passaram a existir depois de já haver o universo. Mas é mais fácil contar com
eles. (é verdade que se pensarmos no caldo de proteínas primitivo esbarramos na
pré-existência de seus componentes)
O de que necessita
mesmo o acaso é tempo. Como seriam formadas as cataratas do Iguaçu se não
houvesse tempo suficiente para que todos os fenômenos que ali se aglomeraram,
ao acaso se combinassem? Na verdade se tivessem sido feitas a propósito as
cataratas, algumas inconveniências teriam sido evitadas. É verdade que, muitas
vezes achamos essas coisas até interessantes porque é a marca da natureza. Mas
talvez se tivéssemos encomendado aquelas obras teríamos queixas do mestre de
obras.
Se atribuirmos a
Natureza a um Deus criador como apresentado na Bíblia, honestamente teríamos de
admitir sérias e, muitas vezes, inexplicadas dificuldades, como a complexidade
do mal.
O imutável fato,
porém é que ai está o mundo.
Sem pretender nos
colocar como árbitros de uma questão que já encontramos aqui ao nascer, antes
de nos propor a interpretá-la ela já nos devora.
Mais do que dizer de
forma dogmática que existe um Deus, é preferível examinar a questão até aonde
nos possa levar nossa intelectualidade servida pela ciência, e pela tecnologia
como ferramentas.
Se quando
trabalhamos com a perspectiva de um criador encontramos dificuldade, na
perspectiva do acaso também as encontramos, de fato maiores, porque a ciência
que poderia assessorar o acaso deixa mais questões em branco do que as
inerentes a uma inteligência criadora.
Então, fica palavra
contra palavra? Quem nos dera ter a capacidade de omitir.
Dado a tantas
questões insolúveis encontradas na Natureza admitindo o acaso, seria subestimar
a intelectualidade do homu sapiens. Ou seja dizer: o acaso é mais capaz do que
nós.
Não sabemos explicar
todos os detalhes da concepção humana, por exemplo; não sabemos mesmo explicar
o fenômeno eletroquímico do dipolo ou o fenômeno neuroquímico do estimulo
gástrico e do estímulo biliar enquanto o acaso sabe.
Se mudarmos para a
perspectiva de um Deus, as questões continuam. Qual a diferença? Permita-me
evocar a teoria do Big-Bang sustentada por Stephen Howking, só para lembrar que
ele, já no inicio reconhece “leis físicas desconhecidas”. Sir Howking não podia
ter cometido esta leviandade cientifica. Ciência não é assim. Não se pode olvidar
que para haver uma explosão, um big-bang, haveria de existir algo a explodir e
mais, alguém ou algum fator provocou a explosão, alguém riscou o fósforo que
provocou a explosão. Claro que estas são conjecturas de um homem comum.
Seria também como
Darwin que se propôs a explicar a vida sem conhecer Biologia molecular, coisa
que só surgiu décadas depois dele. Admira-me intelectuais que confiam sua
origem a quem não conheceu genética.Não obstante contemporâneo de Mendel, que
pela tecnologia e metodologia cientifica, também não a conheceu. Por isso
Michael Behe escreveu o livro A Caixa Preta de Darwin e explica
que caixa preta é um equipamento presente no avião, mas só quem a abre sabe o
que tem registrado dentro. Darwin não conheceu a célula por dentro.
As grandes questões
do universo constituem o monumental divisor de águas: enquanto para uns
significa impedimento para crer em Deus, para outros, são exatamente o
argumento favorável: já que sou superior ao universo e nem assim sou capaz de
explicar a Natureza e ela está aí, alguém maior a criou.
Aliás, o
próprio fato de haver coisas no universo que zombam da inteligência humana,
testifica de uma sabedoria maior que a do homem, que por sua vez é maior que a
do acaso, seus caprichos e condições sempre limitadas na origem dos fatos. Mas
não existe acaso? Não só existe acaso, como também um determinador do acaso,
que se possa servir do acaso, como não pode o homem, para cumprir propósitos
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