quarta-feira, 18 de abril de 2012

Amanheceu!

Desculpe, não amanheceu ainda; quase amanheceu.
Para mim amanheceu mais cedo. Para mim e para um coro altissonante de galos que violenta o silêncio dos primeiros ouvidos na madrugada.
É um coro monótono de vozes as mesmas, de toda manhã.

Enquanto espero na janela para ver o sol contemplo seus batedores:
É um mar de fótons que incide na cerração branca e ondulada – silhueta dos montes.

Daqui, da minha janela, no meu serro, contemplo quantos serros, tantos quantos formam o Serro.
Como os fótons que cada um compõe o mar de luz, eles, as brancas barbas de cada cimo.
Este é o serro, tricentenária Serro, nostalgia de seus nativos, bucólica a seus aferentes.

Vem pro Serro! Se do que falei, nada interessa, vem assim mesmo pro Serro, eu estou aqui no Serro (ou será que estou aí, aí, onde você estiver?).
Vem pro Serro, nós estamos aqui, por que estaremos onde você quiser.
Vem pro Serro, vem pro Serro, incorporei: eu sou o Serro!

E o sol vem chegando, vem subindo, enxotando as nuvens que formavam o mar de serração.
Vem enxotando a nuvem de imaginação, anunciando que o devaneio acabou.
Que agora é batente; o cimo se barbeou.
“Acorda que a vida é real. Você já descansou, deixa a cama descasar”.

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