domingo, 11 de dezembro de 2011

VINHO

VINHO

Entre os produtos alimentícios mencionados na Bíblia o vinho está entre os primeiros, junto com o azeite de oliva e o trigo. Está relacionado em trinta e cinco passagens na PEQUENA ENCICOPEDIA DA BIBLIA, como chaves de temas, mas de fato são muito mais vezes, mais de 200. Seu uso entre os judeus compreendia bebida por bebida, medicina (como se nota na historia do bom samaritano) e em várias ofertas desde o encontro de Melquisedeque com Abraão bem como no tabernáculo e no templo.
Considerando a variedade de opiniões sobre o uso de vinho na Bíblia, talvez a questão seja mais etimológica do que de enologia e sem duvida, de hermenêutica.
Um estudo das palavras usadas no texto bíblico mostra que muitos termos são traduzidos para os idiomas modernos de acordo com a semântica e com a formação cultural do tradutor, como é o caso de João Ferreira de Almeida que traduz Elohim, (Gênesis 1:1), El ( Gen. 46:3), Shaddai (Jó 5:17), Elyon (Genesis 14: 18, 19 e 22) e todas as vezes que o Hebraico escreve um dos nomes da Divindade, por Deus. Igualmente o faz quando o Grego escreve Theos. Assim é que traduziu também as palavras geena, hades e sheol, do Velho Testamento (VT) e tártaro no Novo por inferno, sempre na conotação que ele tinha de inferno da época de Dante Alighieri na Divina Comédia, interpretando a idéia da Igreja Romana, aplicada a pecadores que, por exemplo, não comprassem as “Indulgências”. Destarte,como regra, tudo que a Bíblia apresenta como originário da videira foi traduzido pela palavra vinho.
No Velho Testamento (VT) aparecem 3 palavras traduzidas por vinho – Tirôsh, Shekar e Yayin. Quando aparece o primeiro, o contexto é de coisas boas; Shekar é a palvra traduzida em Provérbios 20:1: “O vinho é escarnecedor”; o vocábulo Yayin seria melhor traduzido por bebida sem especificar sua natureza. Em o Novo Testamento são usadas também 3 palavras, GleukosSikera e Oinos, esta última traduzindo o hebraico Yayin, portanto também para designar bebida em geral.
Podemos, entretanto ter certeza de que a Bíblia tem 2 conceitos diferentes para o produto da uva. No relato da páscoa de Jesus com os apóstolos em Lucas 22: 7 – 23, por exemplo, é servido o vinho, entretanto se sabe que nessa ocasião era proibido o uso de fermento, como se lê em Êxodo 12:15. Por outro lado se o uso de bebida forte é criticado em outras passagens, como Jesus iria oferecer uma oração ao Pai tomando bebida alcoólica?
Imagine na citada historia do bom samaritano, ele colocando álcool nas feridas do coitado.
Em Efésios 5:18 ; I Tes. 5:7 e I Timóteo 3:3, Paulo faz referências negativas ao vinho e ele mesmo aconselha Timoteo a usar vinho ( I Timóteo 5:23). É Paulo contradizendo Paulo?
Das boda d Cana lemos: “ O vinho provido por Jesus para a festa e o que Ele deu aos dicipulos como Seu próprio sangue, era o puro suco de uva.. E.G. White, O Desejado de Todas As Nações, pg. 133,11ª edição.
Sabe-se que o líquido das uvas exposto ao ar atmosférico sofre fermentação, tornando-se enebriante. Não é mencionada na Bíblia nenhuma indústria de vinho enebriante, mas são vários os relatos de embriaguez desde Noé passando por Ló, Nabal e outros, já que a bebida não exige nenhuma industrialização especial para se tornar alcoólica.
Gênesis 9:21 é um exemplo do uso de Yayin (vinho) para bebida que embriaga e Provérbios 31:6 (segunda parte) é exemplo do contrario. Estudaremos essa passagem dois parágrafos na frente.
Em Deuteronômio 12:17, onde Almeida Revisada e atualizada diz vinho, a Nova Versão
Internacional (NVI) traduz como vinho novo e a Bíblia de Jerusalém (BJ), vinho novo, e Almeida Revisada diz mosto, a palavra original é Tirôsh, e notamos claramente que era usado para fins religiosos..
A passagem de Provérbios 31:6 apresenta, no original, os termos Shekar e Yayin, Shekar é traduzido na Nova Tradução na Linguagem de Hoje com “bebidas alcoólicas” a B.J diz licor e a NVI, bebida fermentada e ALFALIT diz bebida forte. Como é fácil inferir, essa é uma bebida usada para embriagar. Na segunda parte do verso a palavra original é Yayin, traduzida como vinho em todas estas Bíblias. Como já estudamos Yayin pode ser usado para qualquer forma do produto da uva, mas se aqui é apresentado com Shekar, conclui-se apresentar uma diferença e mostrar que ao contrário da passagem citada de Gênesis 9:21, aqui Yayin não é bebida forte ou enebriante.
A palavra Shekar sempre é usada como bebida prejudicial como, por exemplo, Provérbios 20:1.
Em o Novo Testamento (NT) é menor a ocorrência de palavra vinho e de seu uso entre o povo de Deus. Vale atentar para o que diz o comentário bíblico adventista (Versão castelhana) comentando Deuteronômio 14:26: “Deus muitas vezes passou por alto a crassa ignorância que motivava praticas que Ele não podia aprovar. Mas finalmente chega o tempo quando, em todas as coisas, ‘Deus manda a todos os homens em todo lugar que se arrependam”.
A palavra mais usada é uma palavra derivada de Yayin do VT. Com praticamente o mesmo sentido, incluindo o sentido de Tirôsh: Oinos.
As outras palavras são Sikera correspondendo a bebida forte. No caso de João batista é dito que não bebia Oinos nem Sikera e assim vemos mais uma vez distinção entre bebida e bebida.
A terceira palavra é Gléukos usada uma única vez, para bebida enebriante no caso da crítica feita aos discípulos no dia de Pentecostes.
O professor Pedro Apolinário observa que “o principal problema no estudo do vinho (NT) é este:.. O Grego não possui uma palavra para vinho com álcool e outra para vinho sem álcool” Estudo de Passagens Com Problemas de Interpretação pg 110
O propósito do presente estudo é mostrar que, mesmo servos de Deus fiéis incorram em erro, não obstante não interpretarem nesse particular a vontade de Deus. Outrossim, a Bíblia sempre terá orientações para quem quiser conhecer a verdade como foi dada pelo Senhor, a despeito de os homens para justificar sua formação cultural ou crença mais aceitas, deturpar a tradução de alguns textos, por exemplo, a Bíblia na tradução Linguagem de Hoje original verte Daniel 8:14 como 1150 dias para favorecer à crença da teologia popular de que a ponta pequena é Antíoco Epifânio.
A observação natural da Sociedade nos mostra os inquestionáveis malefícios do alcoolismo. Não é, pois, de esperar que Deus recomendasse uso de bebida enebriante para seus filhos.

Obras consultadas: Comentário Bíblico Adventista versão espanhola; O Desejado de Todas As Nações; Estudo de Passagens com Problemas de Interpretação; Pequena Enciclopédia da Bíblia. Consultoria Doutrinária.

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