domingo, 11 de dezembro de 2011

ARVORE

POR QUE UMA ÁRVORE


Se não houvesse a árvore da ciência do bem e do mal ou seu equivalente, não haveria queda e conseqüentemente, morte. Não é obvio? Uma questão, entretanto se impõe: seria bom? Qual sua conveniência? Qual a conseqüência?

Que seria bom, não é tão obvio. Imaginemos a transgressão como a conhecemos, trazendo a doença, por exemplo. Como seria a vida para uma pessoa que tivesse de enfrentar a eternidade com um câncer de estomago, ou com bronquite, alergia a qualquer coisa, gota, artrite e qualquer doença? Creio que todos concordam que isso não é viver eternamente, mas morrer eternamente, isto é um processo eterno de sofrimento sem esperança, como querem as pessoas que defende a idéia antibíblica de inferno como suplicio eterno.

Mas se tudo isto fosse apenas elucubrações sem fundamento?

Dando asas à imaginação, cheguemos ao Éden, naquela primeira sexta-feira. Assistimos a Deus começar o dia criando animais de todas as espécies e como ato derradeiro cria o homem. Diferenças? Bem, primeiro o homem não fora criado em série como os outros animais, porem de forma artesanal e unitária. Enquanto os animais são criados a partir da palavra, num milagre que se não fosse redundância podia-se dizer extraordinário, no homem Deus se esmera, abaixa-se ao solo, com se lhe pedisse uma parte de si para transformar em algo maior, e ato contínuo, supre essa matéria de parte da própria divindade – a vida - veiculada no sopro. Assim o homem se torna algo intermediário entre Deus e a criatura comum. É assim que o “homem foi feito criatura vivente”. Os animais também foram feitos criaturas viventes, mas de feitura completamente distinta. Na criação dos animais também está patente o milagre. Quiçá o Criador tenha usado lei estabelecida por Ele, conhecida como fenômeno piesoeletro descoberto por Curie & Curie em 17..., em que um tipo de energia se transforma em outro, como ocorre com cerâmicas e alguns cristais. Como exemplo energia acústica se transformando em energia elétrica nos radares e nos equipamentos de ultra-sonografia. O fenômeno já funcionando nos morcegos desde a criação. Assim, usando energia acústica - a voz – Ele poderia ter criado a matéria existente nos animais.

Mas entre milagre e milagre há um elemento diferencial. Como imagem e semelhança de Deus o homem se constitui, como seu divino Criador, num agente moral livre. Liberdade sem possibilidade de errar ou transgredir não é liberdade, é programação.

A arvore do conhecimento do bem e do mal foi a primeira e maior prova de liberdade. De fato liberdade é a mais primitiva prerrogativa do homem.

Ao fazer do homem um agente livre Deus, por razão ética se obrigou a deixar na mão de sua criatura a decisão de existir ou não.

Imagino o Criador chegando para o Homem e dizendo: “criei você para satisfazer um plano meu, mas não posso obrigá-lo a satisfazer minhas vontades”. Amo você como a mim mesmo. Aliás, existe algo de mim em você. Sofreria muito se você escolhendo não existir, exigisse que eu recolhesse a vida que de mim lhe dei, portanto criei um mecanismo para evitar tal sofrimento e ao mesmo tempo poupar-lhe o constrangimento de me dar explicações. Fica assim: se não quiser existir come o fruto daquela arvore e você sairá do processo de vida. Destarte criou-se um artifício de opção inconcebível sem a arvore ou seu equivalente.


PS: Alguém poderia questionar: por que, então o homem não morreu como rezava a sentença?

A primeira resposta é que o homem não tomou a decisão livremente e isto fere o principio da liberdade. Ele foi violentado, enganado e, conquanto não seja inocente, não pode ser responsabilizado sozinho. Por outro lado, ali começou o processo de desvitalização do homem. Ele é mortal. Vai se degenerando até ao desfecho final.

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